Os perigos da internet

Pais, atenção: os perigos da internet são reais e cada vez mais próximos

O recente vídeo do criador de conteúdo Felca – https://youtu.be/FpsCzFGL1LE?si=1l9WwfQkM-qY5RcD – que tem repercutido amplamente, escancara situações absurdas, nojentas e extremamente irresponsáveis — muitas delas envolvendo justamente quem deveria proteger: os próprios pais.

Este é mais do que um caso isolado. É um alerta urgente para cuidarmos da exposição das nossas crianças e adolescentes na internet. Precisamos entender, de uma vez por todas, que o outro lado da tela não está para brincadeira. Os riscos vão muito além do bullying virtual:

  • Crianças são escolhidas pelas redes sociais como alvos para sequestros, abusos e tráfico sexual.
  • O famoso “carro preto” não é história da carochinha. Ele representa perigos reais e contínuos, ainda que, na prática, nem sempre seja literalmente preto. O fato é que crianças desaparecem todos os dias, e muitos casos seguem sem solução.
Pexels – Sora Shimazaki

Um novo perfil de adolescentes em conflito com a lei

Segundo a juíza da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, Dra. Vanessa Cavalieri, em entrevista ao programa Conversa com Bial, o perfil dos adolescentes que chegam ao Judiciário mudou.

Antes, eram jovens em situação de vulnerabilidade social, sem acesso a políticas públicas, e que cometiam principalmente furtos, roubos e tráfico.
Hoje, chegam também adolescentes de classe média e alta, de famílias aparentemente estruturadas, estudando em escolas particulares. E os crimes mudaram:

  • Racismo, misoginia e homofobia.
  • Estupro e violência sexual extrema — com meninas de 11 a 13 anos forçadas a atos degradantes, inclusive com animais.
  • Tortura de animais.
  • Tentativas de homicídio transmitidas ao vivo em plataformas como o Discord.

Em um caso chocante, adolescentes atearam fogo a um morador de rua e mais de 200 outros assistiam como se fosse entretenimento.

Pexels – Karolina Ggrabowska

Desafios perigosos: da “Baleia Azul” ao “Jogo do Desmaio”

Com o avanço da tecnologia — muitas vezes mais rápido do que conseguimos acompanhar — surgem desafios que colocam vidas em risco.
Já vimos o Desafio da Baleia Azul. Agora, há o Jogo do Desmaio, que consiste em comprimir o tórax de outra pessoa até que ela perca a consciência. Essa prática pode provocar arritmias, parada cardíaca e morte

No YouTube e em outras redes, há vídeos ensinando o passo a passo, alguns com mais de 50 mil visualizações. E mesmo que seu filho não tente espontaneamente, o perigo aumenta quando há pressão de grupo ou desafios.

Pexels – Ron Lach

 O “Lulz”: crueldade transmitida como entretenimento

Um dos termos mais perigosos que circula entre adolescentes no Discord é “lulz” — fazer algo por “lulz” significa obedecer a comandos de um grupo para chocar ou divertir a plateia.

  • Autolesões transmitidas ao vivo.
  • Violência contra si mesmos, contra animais ou contra outras pessoas.
  • Satisfação sádica em exibir sofrimento.

Esses atos são incentivados e aplaudidos em comunidades extremistas, tratadas como entretenimento macabro.

Pexels – Tima Miroshnichenko

Por que os adolescentes são mais vulneráveis?

Lembre-se: o cérebro do adolescente ainda está em desenvolvimento. A última área a amadurecer é o córtex pré-frontal, responsável por funções como planejamento, controle de impulsos e tomada de decisões.

Eles buscam pertencer a grupos e se sentir valorizados — o que aumenta o risco de se envolverem em desafios perigosos.

Pexels – Amel Uzunovic

O que podemos fazer como pais?

  • Não compartilhe nem incentive vídeos com crianças e adolescentes.
  • Converse abertamente sobre os perigos da internet e dos “desafios virais”.
  • Supervisione o acesso e esteja presente no mundo digital e real dos seus filhos.
  • Ensine pensamento crítico: ajude-os a identificar manipulação e conteúdo prejudicial.
Pexels – Julia M Cameron

Denuncie conteúdos criminosos.

O Disque 100 é um serviço de denúncias de violações de direitos humanos que funciona de forma gratuita e sigilosa. 

O que nossos filhos consomem online molda o que eles acham “normal”. E cabe a nós proteger, orientar e intervir antes que seja tarde.

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